Leia ouvindo:
(a música é boa mesmo, tá, mores?)
Cinza.
Tudo era cinza e escuro antes. Eles estavam errados quando diziam que o pior é a escuridão. O preto é bonito, é forte, tem presença. O que assusta mesmo é o cinza. Bom, os cinzas.
Cada e todo tom de cinza que existe e eram minha companhia. Eu não conhecia cores.
Esperar. Querer. Não ter.
Você foi o meu primeiro não. Para alguém que sempre teve absolutamente tudo o que quis, que criou as próprias regras e colocou todas as cartas na mesa, nas suas condições, friamente, com o olhar apenas na vitória certa, você esbarrou em mim e derrubou todos os pinos do jogo colocado.
Você me deu cheque-mate antes que eu pudesse perceber que tinha perdido porque nenhuma estratégia era párea para a sua vida.
Sempre foi noite sem luar, e você chegou como o sol forte, amanhecendo o dia, iluminando a noite, me queimando e fazendo com que tudo doesse.
Confundia solidão com liberdade. Eu só preciso de paz.
Você chegou na minha vida como um furação, revolucionando tudo, e agora que finalmente enxergo, não posso parar de fazer isso. Nem quando finjo que voltei para o cinza de sempre.
Cada parte da muralha de vidro construída ao redor do meu coração foi estilhaçada por você.
Eu só preciso de paz.
Você me nocauteou e agora eu preciso ser tudo o que sou: tudo aquilo que sinto.
Tudo aquilo eu sou.
Cor.
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