Até a tela do meu celular aumenta
o brilho quando eu rolo a lista de contatos do WhatsApp até o seu nome. Até a
ordem das mensagens naquela rede social parecem conspirar para que as suas apareçam
com destaque. Até o sol parece concordar: ele praticamente fica em torno de você.
Até
meus poemas concordam, não há rima ou palavra bonita que substitua a tua
presença num verso. Até minhas personagens principais têm suas qualidades
singulares. É inevitável.
Até
as músicas que eu ouço concordam: não há melodia ou letra que não tenha
inspiração na tua pessoa, é improvável.
Até
minha família concorda, não tem como não se encantar. Meu amigo gay também
concorda, você é um pedaço.
Duvida
que haja quem não concorde com a pessoa que tu és. Talvez tu mesmo, ao chegar
num ponto que não há mais aquele amor próprio devastador. Eu não. Eu nunca.
Até
eu, em toda minha discordância, concordo com o sol, com meu celular, com as
músicas, com a minha família e com meu amigo gay. Concordo ainda mais comigo, e
adicionaria mais umas mil coisas em concordância.
Mas
eu nego. Mostro que nego, finjo que nego, discordo: não, eu não tenho
sentimentos.
Mas eu os tenho.
E
como disse a expressiva Clarice:
Hoje
eu falei, pra mim (jurei até), que essa (e) não seria pra você, e agora é.
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