É que é difícil se deixar para trás, né? Mudar dói.
Cê cresce e vê que o processo é doloroso.
É como ser forjado.
Cê para de brincar de ser adulto e começa a ter que criar responsabilidade.
Cê sente na pele e na alma que coração quebrado dói mais que joelho ralado.
Sente falta de mertiolate e beijo da mãe para sarar.
Sente falta da criança que cê era, aí se esquece.
Mas para por aí, crescer não é sinônimo de matar a criança.
(A que existe dentro de você, eu digo.)
Crescer é ter autonomia para orgulhar a criança que cê foi e sempre vai ser.
É hora de ser testado. É hora de ver se cê aprendeu direito brincando.
É hora de ainda ouvir as broncas e os avisos de mãe.
Cê tem que crescer, meu amor.
Todos temos, e dói.
Sabe o que você vai aprender, meu anjo?
Que todos quebraremos uma promessa um dia. É inevitável.
Você vai aprender que vai ter que abrir mão de alguma coisa importante.
Você sempre sai ganhando. Ao mesmo tempo que, sempre perde algo.
Aí é onde você vai precisar da inocência e pureza de uma criança e responsabilidade de gente grande para discernir o que dói menos perder no momento.
Sempre são abertas várias portas, às vezes mais que duas.
Aí assim é difícil escolher, mas cê vai ter que escolher.
Mas pra entrar numa porta tem que deixar outra para trás.
Só quero te dizer pra não desistir, tá?
O mundo é brilhante.
Não se deixa apagar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário