22 de abr. de 2015

Boneco de neve.

Adquiri uma mania de classificar as histórias que leio por uma estação do ano, só que é de uma maneira confusa, já que as histórias que me lembram o inverno, na verdade, são as que me aquecem por dentro, tipo café.

Segundo um trocadilho da minha princesinha, me sinto um boneco de neve. Tão frágil e fácil de se desfazer e virar água.

Está frio o suficiente, já que sinto meu coração gelado, mas a força com que meus sentimentos me atingem são como a xícara de café com leite bem quente da quinta passada.

Aliás, pra mim, café é igual amor, aquele remédio que os médicos receitam quando nenhum outro resolve.

Isso foi uma introdução para que eu consiga desabafar um pouquinho sobre como me sinto.

Só que eu não sei.

Dói, mas não sei exatamente onde. Acho que é em algum ponto entre a alma e o coração, onde a essência e os sentimentos se encontram com aquela linha tênue que separa os dois, a mesma linha que separa a razão da emoção.

Me retirei de cena e dei uma observada. Dentro de mim, e no externo.

Foi engraçado, mas aquele vazio chato de ser só isso, uma mera  espectadora, apertou meu coração de uma maneira nem tão agradável.

Hoje, ao ler um dos meus textos e ver ali palavras de esperança, simplesmente não consegui acreditar em mim mesma.

E te garanto, você aí do outro lado da tela lendo, que não há sentimento pior do que o de não confiar em si mesma.

É frustrante, é agoniante, é ruim.

Minha cabeça dói a dias, minha garganta parece pegando fogo, não tenho vontade de comer e sinto como se faltassem nutrientes.

Não só físicos, mas principalmente, aqueles da alma.

Acredito que quando tomamos um caminho errado, nunca é tarde demais para fazer o caminho de volta.

Mas e quando nos perdemos de nós mesmos nas estradas tortuosas da vida?

Será que há volta para um coração e mente desesperados?

Desesperados por si?

A pior saudade é aquela das coisas que não temos certeza do que são, e mais ainda, daquelas coisas que estão somente dentro de nós.

Queria conseguir seguir meus conselhos. Fazer minhas escolhas e tomar decisões definitivas.

Será que não sou só uma covarde moralista que se esconde atrás de lições e de palavras, das próprias palavras?

Eu não sei.

Deveria fazer isso mesmo. Tomar decisões e atitudes. Fazer acontecer.

Mas não dá pra escolher quando as opções estão nebulosas na sua frente.

Enquanto não consigo decifrá-las, vou tomar uma xícara de café com leite bem quente para tentar aquecer meu corpo do frio lá fora.

E meu coração, do frio daqui de dentro.

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