15 de mar. de 2015

Sra. Roteirista



Tenho mania de tentar adivinhar as pessoas. Decifrar códigos.

Ninguém pensa como eu. Talvez alguns pensem parecido, mas nunca igual. É egoísta da minha parte pensar que todo mundo vê o mundo com os meus olhos. 

Que mania a minha de pensar em como seria se fosse eu que vivesse, ou melhor, escrevesse aquela história. "Teria sido bem melhor". 

Temos que parar de misturar fantasia com realidade. Me contradizendo, hoje disse na aula que a fantasia é necessária para que a realidade se torne suportável. A fantasia deve existir, não retiro minha frase, mas o que realmente quero dizer é que temos que viver a realidade do agora, sem encontrar um roteiro em cada cena presenciada ou ouvida.

Certo, Dona Roteirista?

Escuta bem e se puder, anota o que eu vou te dizer agora:

Cada pessoa é uma pessoa. Cada um enxerga um mundo diferente. Vamos parar de impor nossos olhos para quem já tem suas próprias lentes. 

Mesmo que "todos os homens sejam iguais", assim como as meninas, eles são iguais de uma maneira completamente diferente. 

Não julgue antes de conhecer. O.k., esqueça isso. Não julgue nem conhecendo. Não temos esse poder. Não cabe a nós. 

Cada um tem a caneta certa para escrever seu livro. 

Use a sua, e tente não pegar emprestada a de ninguém. Mesmo que ela pareça mais bonita. Tenho certeza que ela também falha às vezes.

Isso foi uma metáfora clichê que tem um significado mais clichê ainda: o que importa é ser você. 

Usar seus calçados, trilhar seus caminhos, subir seus degraus. 

Chega de escrever os roteiros dos outros. Escreva o seu, e olha que legal, você é seu próprio ator principal. 

Pessoas não são personagens nem marionetes.

Meu apelo é que - por favor - você não aja como se elas fossem. 

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